Critica - Warcraft - 09/10
O mundo dos vídeo-games não tem um belo histórico no mundo do cinema, produções que não fizeram jus ao nome que levava, tais como Super Mario Bros., Need for Speed e Street Fighter - A Última Batalha.
Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos ficou preso num longo período de produção e chega aos cinemas tentando mudar este histórico terrível. E para isso contou com a ajuda de um diretor mais que apto para executar tal função, um sujeito que realmente é fã e que possui um curriculum aclamado. Duncan Jones foi responsável pelos ótimos Lunar e Contra o Tempo. Com duas ficções cientificas ambiciosas, Duncan assume o desafio de mostrar que o gênero fantasia pode ir além de O Senhor dos Anéis e O Hobbit.
Duncan teve um outro desafio quando aceitou dirigir Warcraft, entregar um filme atraente para os gamers e os não-gamers, já que um filme num orçamento de US$ 160 mi não pode depender apenas da base de fãs e tem todo aquele processo de conquistar um novo público (como a Marvel tem feito). O filme ficou claro para mim, apresentando os personagens e seus objetivos, mesmo com um roteiro que fica confuso para aqueles que não são fãs e falha ao apresentar conceitos que os fãs já estão cansados de conhecer.
Os fãs de Warcraft sem dúvida vão curtir esse filme, são mais de vinte anos de histórias e Jones voltou às raízes e adaptou a trama do primeiro jogo, Warcraft: Orcs & Humans, que trata do primeiro contato entre orcs e humanos. O diretor trata ainda de dedicar praticamente o mesmo tempo em cena para os dois lados, apresentando uma novidade no universo da fantasia. Diferentemente de O Senhor dos Anéis, aqui não temos os humanos como heróis e os orcs como monstros. Existem heróis e vilões dos dois lados.
Warcraft conta com cenas de batalha incrível, com direito a tomadas aéreas de vilas tomadas por orcs que irão deixar os fãs do game super empolgados. Os efeitos especiais demonstra um bom trabalho feito pela equipe e deixa o filme mais emocionante e grandioso, excepcionalmente falando do cenário e dos orcs, simplesmente fantástico.
Se visualmente o filme não deixa a desejar, o mesmo não falo em termos de história. Tudo é muito apressado e as reviravoltas são previsíveis, mesmo apresentando um universo interessante, o filme não consegue desenvolver bem os personagens presentes no filme.
A atuação de Travis Fimmel foi a que mais me cativou no filme e Duncan entregou um personagem que me deixou viciado nele, mesmo sabendo alguns de seus passos, o personagem Anduín Lothar é tipico guerreiro que torna-se o "fodão" da trama. Inclusive me chamou a atenção para assistir a série onde vem fazendo sucesso. Vikings. Ainda assim ela não foi 100% e pecou nos momentos dramáticos, o que fez com que não sentisse pena ou a mesma dor que ele sentia, além de ser envolvido em um romance mais rápido que o Flash.
As atuações tiveram seus altos e baixos, mas nada que tira o mérito do filme e de uma bela direção com um roteiro confuso.
Para a direção eu dou um merecido 10, Duncan simplesmente entregou um filme espetacular e acaba com essa má fama de filmes de games.
A atuação poderia ter sido melhor com alguns atores e como disse acima, nada que tira o mérito do filme, afinal, a atuação de Toby Kebbell como o orc Durotan é sensacional e demonstra uma espécie de Christian Bale... Um ator que se entrega ao personagem. Dominic Cooper não demonstrou aquele Rei e pareceu mais um homem com uma armadura do que um líder e acredito que ele não foi certo para o papel do Rei Llane Wrynn. E com isso, uma nota 07.
O roteiro de Charles Leavitt e Duncan Jones pecou para aqueles não fãs, mas ainda assim nos mostra um universo novo e fácil de ser compreendido, apesar de acelarado demais, o filme comete o mesmo erro que o roteiro de Batman v Superman - Dawn of Justice, ele acerta com os fãs e erra com os não-fãs.
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