Além da Escuridão - Star Trek

Além do que se esperava!


Além da Escuridão envolve personagens e telespectadores, numa aventura ficcional, mas que soava verdadeira para cinéfilos... Dando créditos para Abrams!




Recentemente muitos cinéfilos do mundo ficaram empolgados com a noticia de que J.J. Abrams assumirá Star Wars: Episodio VII, e tem motivos para isso, ele consegue e sabe fazer um fã feliz, temos a prova em Missão Impossivel 3, no primeiro Star Trek, e com Super 8. Em Além da Escuridão - Star Trek, o diretor precisa de segundos para deixar os fãs felizes. Acabou de começar o filme, e você já se prende na aventura, que ainda vai começar.
 É curioso acompanhar a mudança do ritmo e o aumento de volume, que dizem ao espectador que algo ruim irá acontecer. A deixa acaba sendo mais épica do que a cena que vemos na sequência, com Kick, Spock e companhia tentando evitar que um vulcão entre em erupção e destrua todo um planeta; a sequência é bela e notável, ainda mais pelo uso das cores, mas acaba sendo desnecessária se analisarmos bem todo o filme. Embora uma atitude tomada ali volte a ser importante para a história, é inútil e desnecessário colocar a vida de um personagem que todos sabem que não vai morrer.

 Após deixarem o tal planeta, os tripulantes da Enterprise volta a Terra, onde se deparam com uma onda de atos terroristas praticados pelo misterioso John Harrison. O sujeito ataca diretamente a frota estelar, despertando o sentimento de vingança em alguns de seus comandantes como o Almirante Marcus, que trata de enviar Kirk e sua tripulação à procura de Harrison. Cheia de reviravolta, ação, e o que mais destaca é a forte dinâmica entre os personagens. Fãs de Jornada nas Estrelas vão adorar rever a química entre Kirk, Spook, Uhura, McCoy, Sulu, Chekov, e Scotty, mesmo que  vividos por atores diferentes e anos depois. Mas a relação envolvida entre os personagens, não vai agradar apenas os fãs, sendo difícil qualquer cinéfilo não se envolver ou até se divertir com algumas situações, que envolvem temas como romance, amizade, confiança e solidariedade.
 Star Trek nunca foi uma franquia apenas sobre "uma aventura no espaço", seja na TV ou nas telonas. Sempre deu importância na dinâmica entre os personagens, o que Abrams notou bem. Isso é tão evidente, que no longa vemos menções claras à noção de que a tripulação de um comandante é sua verdadeira família.

Se por um lado, como destacamos acima, a interação entre os clássicos personagens é um dos marcos do longa, por outro é inegável que o grande destaque da obra é o onipresente Benedict Cumberbatch. Destaque da série britânica Sherlock e do filmes como O Espião que Sabia DemaisCavalo de Guerra e O Hobbit, o ator está no grande momento de sua carreira e mostra isso em um papel duro e ao mesmo tempo repleto de sentimentos. Os roteiristas Roberto Orci e Alex Kurtzman (que agora contam com a companhia de Damon Lindelof) já haviam tentado criar um vilão com sentimentos no primeiro longa, mas esbararam no menor talento de Eric Bana.


A deslumbrante Alice Eve (Ela é Demais pra Mim) surge em cena como um novo membro da tripulação da Entreprise, mas não faz muito além de oferecer-se como o rostinho bonito do filme. Ela protagoniza, inclusive, uma cena em que aparece seminua, que é tão dispensável que o Lindelof chegou a pedir desculpas aos fãs por inseri-la no roteiro. É curioso notar que a atriz, e sua personagem Carol, ganhou mais espaço nesta crítica do que nomes mais badalados do elenco. Mas sua presença é tão deslocada no filme, que acabou ganhando um parágrafo só dela.

Sem medo de tocar em temas sérios como terrorismo e pena de morte, Star Trek Into Darkness (no original) conta ainda com uma participação pra lá de especial, mas é melhor você assistir ao filme para descobrir qual. Com ótimos efeitos especiais e um caprichado trabalho de edição de som e mixagem, o longa tem tudo para agradar não apenas os fãs da franquia, como também todo cinéfilo que procura por uma aventura de ficção científica de qualidade. 

A direção de fotografia Daniel Mindel é marcada pelo grande uso de flares, uma marca no cinema de Abrams. Mas seu principal defeito foi na utilização do 3D. Não só temos cenas de grandes closes como temos outras em que a profundidade de campo é pequena. Ou seja, vemos um personagem em foco no primeiro plano e ou fora de foco ao fundo, num jogo de cena que perde o sentido diante da profundidade oferecida pelas três dimensões.

Ainda não se sabe qual será o futuro de Star Trek agora que J.J. Abrams se bandeou pro lado de Star Wars, mas uma coisa é certa, se continuarem a tratar a franquia com reverência, respeito e sem medo de inserir coisas novas, ela tem tudo para ter uma vida longa. E próspera.

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